Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo.
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo. Trata-se de uma condição crônica e progressiva, que afeta cerca de 1% da população acima dos 65 anos. Além disso, entre 10% e 15% dos diagnosticados têm menos de 50 anos, enquanto até 2% possuem menos de 40 anos.
Essa doença ocorre devido à perda de neurônios dopaminérgicos presentes na pars compacta da substância negra do mesencéfalo, que são responsáveis pela produção de dopamina. Esse neurotransmissor é essencial para regular e modular o circuito motor dos gânglios da base, o que, quando comprometido, resulta em hipocinesia. Além disso, a dopamina participa do controle das emoções, motivação, atenção e foco, funções que também podem ser afetadas no Parkinson.
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O que é Reabilitação Neurofuncional?
Em sua essência, a Reabilitação Neurofuncional é uma poderosa aliada no tratamento de doenças e disfunções que afetam o Sistema Nervoso. Mas não se engane: ela vai muito além de exercícios simples. Esta especialidade abraça o paciente unindo estratégias multidisciplinares para recuperar funções neurológicas, cognitivas e motoras.
Pense nela como uma ferramenta que visa otimizar a plasticidade neuronal, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões.
Sinais e Sintomas
Os sintomas da doença de Parkinson se dividem em sinais motores e não motores. Entre os sinais motores, destacam-se:
- Hipocinesia
- Bradicinesia (lentidão dos movimentos)
- Instabilidade postural
- Tremor de repouso ou ação
- Alterações na fala e no sistema digestivo
- Rigidez muscular
Já entre os sinais não motores mais comuns, incluem-se:
- Fadiga
- Distúrbios do sono
- Depressão
- Declínio cognitivo
Esses sintomas limitam diversas atividades diárias, como sentar e levantar, escrever e caminhar. As pessoas com Parkinson geralmente apresentam marcha lenta, aumento da cadência dos passos, episódios de freezing (travamento dos movimentos), quadris e joelhos semifletidos e diminuição do balanço dos braços, entre outros sinais característicos.
À medida que estas limitações progridem, ocorre perda de funcionalidade e autonomia, resultando em restrição parcial ou total ao trabalho, lazer e atividades sociais, o que impacta diretamente a saúde e a qualidade de vida.
Tratamento Atual e Novas Perspectivas
Atualmente o padrão ouro para tratamento da doença de parkinson é a L-Dopa, um precursor de dopamina, conhecido como levodopa. Este medicamento é atualmente o mais eficaz e amplamente utilizado no tratamento da doença, no entanto, em estágios mais avançados, pacientes que fazem uso de dosagens mais altas podem desenvolver complicações como discinesias e flutuações motoras induzidas por esse medicamento. Essas limitações em torno do tratamento dopaminérgico tem gerado interesse crescente em novos tratamentos direcionados a sistemas não dopaminérgicos, como o sistema endocanabinoide.
O Que é o Sistema Endocanabinoide?
O sistema endocanabinoide é um complexo de sinalização celular, com função primordial de garantir a homeostase do organismo. Ele inclui substâncias endocanabinoides (semelhantes aos canabinoides vegetais, mas produzidas naturalmente pelo corpo) e seus receptores. Os principais receptores são:
CB1: Encontrados principalmente no sistema nervoso central, além de atuar no sistema cardiovascular e gastrointestinal.
CB2: Predominantes no sistema nervoso periférico e nas células imunes.
A interação dos endocanabinoides com esses receptores regula processos como fome, temperatura corporal, estado de alerta, funções imunológicas, inflamação, dor e contração muscular.
Canabidiol (CBD)
O canabidiol (CBD) é um composto químico extraído da cannabis, sem efeito psicoativo ou tóxico. É utilizado no tratamento de diferentes condições de saúde, como:
- Crises convulsivas de difícil controle
- Dor crônica
- Insônia
- Fibromialgia
- Depressão
- Coréia
- Espasticidade
- Doenças neurodegenerativas, incluindo o Parkinson
O efeito do CBD no corpo humano ocorre por meio da interação com os receptores CB1, CB2 e também com outros receptores, como os serotoninérgicos. Assim, o canabidiol impacta áreas relacionadas à dor, cognição, regulação do sistema endócrino, metabolismo, resposta emocional e motivação.
Mecanismo de Ação do Canabidiol na Doença de Parkinson
No contexto do Parkinson, o CBD age nos receptores canabinoides de modo a modular a atividade da dopamina e outros neurotransmissores nos gânglios da base, fundamentais para a iniciação e execução dos movimentos voluntários. Por esse motivo, o uso do CBD associou-se a melhorias significativas nos sintomas parkinsonianos.
Estudos farmacológicos apontam possíveis efeitos neuroprotetores do canabidiol, graças ao mecanismo de ação que reduz a excitotoxicidade, o estresse oxidativo e a ativação pró-inflamatória — fatores diretamente envolvidos na progressão dos sintomas neurodegenerativos.
Outras evidências apontam:
- Melhora na qualidade do sono, especialmente em pacientes com transtorno comportamental do sono REM
- Redução de discinesias
- Aumento do bem-estar e da qualidade de vida em comparação ao tratamento com placebo
Apesar dos avanços, ainda são necessários estudos científicos robustos para comprovar a eficácia do canabidiol como adjuvante no tratamento da doença de Parkinson e outras condições.
Regulamentação e Acesso ao Canabidiol no Brasil
No Brasil, o canabidiol possui regulamentação para uso medicinal. Para acessar o tratamento, o primeiro passo é marcação de consulta com um neurologista, que deverá avaliar o quadro clínico e indicar ou não o uso dos produtos à base de cannabis, considerando as necessidades individuais de cada paciente, traçando objetivos terapêuticos claros e alinhando expectativas junto ao paciente e à família.
Com a indicação adequada, o médico realiza a prescrição do medicamento seguindo os princípios da ética médica e preenche receituários conforme a regulamentação da ANVISA.
O canabidiol surge como uma alternativa promissora no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson devido ao seu potencial efeito neuroprotetor e benefícios em sintomas motores e não motores. Contudo, o acompanhamento médico e a busca por novas evidências científicas são essenciais para garantir a segurança e eficácia dessa abordagem.
Prosense
A Clínica Prosense é referência nacional em tratamento neurológico. Nosso compromisso vai além da excelência clínica, estendendo-se ao apoio integral à família durante todo o processo de recuperação. Acreditamos na importância de uma abordagem multidisciplinar, oferecendo serviços especializados em fisioterapia neurofuncional intensiva, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Contamos ainda com uma gama de técnicas modernas e equipamentos de Alta Tecnologia para garantir o mais alto padrão de cuidado. Na Prosense, acreditamos que a jornada de recuperação é uma experiência compartilhada, e nossa equipe está aqui não apenas para fornecer todo o apoio necessário aos pacientes, mas também às suas famílias
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Este artigo foi elaborado por Lívia Cristina, fisioterapeuta neurofuncional.
Revisão foi feita por Sheyla Reis, analista de comunicação e marketing com especialidade em publicidade e propaganda.
Responsável Prosense:
Dra. Michelle Coutinho Atherton
Fundadora – CEO – Fisioterapeura Neurofuncional
Mestre em Neurologia . UFMG
CREFITO: 118113F
Referências:
Mecanismo de ação dos canabinoides: visão geral.Araújo M, Almeida MB e Araújo LLBrJP. São Paulo. 2023;6(Suppl 2):S109-13. >https://www.scielo.br/j/brjp/a/DkrHzwvf9ngstvdd89KMHjk/?format=pdf&lang=pt<. DOI 10.5935/2595-0118.20230028-pt
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