Células-Tronco na Lesão Medular: Esperança e Desafios na Recuperação
As lesões medulares representam um impacto significativo na vida dos indivíduos, comprometendo severamente a mobilidade e a autonomia. A cicatrização do tecido neural após tais lesões impede a transmissão de comandos do cérebro para os músculos, dificultando atividades diárias como andar ou segurar objetos. A gravidade do comprometimento varia conforme a altura da lesão na coluna, podendo resultar em tetraplegia ou paraplegia.
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O que é Reabilitação Neurofuncional?
Em sua essência, a Reabilitação Neurofuncional é uma poderosa aliada no tratamento de doenças e disfunções que afetam o Sistema Nervoso. Mas não se engane: ela vai muito além de exercícios simples. Esta especialidade abraça o paciente unindo estratégias multidisciplinares para recuperar funções neurológicas, cognitivas e motoras.
Pense nela como uma ferramenta que visa otimizar a plasticidade neuronal, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões.
O impacto das lesões medulares e os desafios no tratamento
A medula espinal faz parte do sistema nervoso e sua função é conectar o encéfalo com o tronco, membros superiores e inferiores. Após uma lesão, uma cicatriz é formada no tecido e está impede que o cérebro consiga mandar os comandos para os músculos, como andar, pegar um copo ou pentear os cabelos.
Dependendo da altura da lesão, as pessoas tem um comprometimento diferente, quanto mais alto, mais difícil é para fazer as atividades diariamente. Uma pessoa acometida no pescoço (lesão medular cervical) pode ficar tetraplégica, enquanto uma lesão na região das costas (lesão medular torácica, lombar ou sacral) pode levar a paraplegia.
Atualmente diferentes terapias têm sido empregadas como alternativas para a recuperação funcional, como laser, exoesqueleto, estimulação elétrica, reabilitação, neuromodulação e terapias invasivas como cirurgia, implantes neurais e células-tronco.
O Que São Células-Tronco?
Células-tronco são células indiferenciadas com capacidade proliferativa, podendo transformar-se em diferentes tipos celulares sob estímulos adequados. Elas são classificadas em embrionárias, com maior potencial de diferenciação, e somáticas, como as encontradas na medula óssea, que geram células sanguíneas. Avanços tecnológicos permitiram também a indução de células adultas a um estado semelhante às embrionárias, porém com desafios técnicos.
Estas células podem se classificar de diferentes maneiras, como células-tronco embrionárias e somáticas. As embrionárias são as encontradas durante o período de gestação (no feto ou embrião) e possuem uma capacidade de diferenciação maior, uma célula pode se diferenciar em neurônio, pele ou olhos por exemplo. As células somáticas são aquelas encontradas no período após o nascimento e podem se diferenciar em uma população menor de células, como as células tronco da pele que podem formar somente células da pele.
Avanços Científicos
Nos últimos anos, pesquisas sobre o uso de células-tronco para regeneração da medula espinhal têm avançado, especialmente com células-tronco mesenquimais da medula óssea. Estudos em modelos animais mostram resultados promissores, indicando potenciais melhorias na sensibilidade e motricidade.
Limitações e Desafios
É possível induzir uma célula de um adulto a voltar a um estágio similar ao embrionário, processo conhecido como desdiferenciação e estas são as mais utilizadas como proposta terapêutica, porém este processo de indução pode resultar em mais dificuldade em sua aplicação e manutenção de acordo com o objetivo da sua aplicação, para se diferenciar em músculo por exemplo o processo é muito mais simples do que para se diferenciar em neurônios. As células mais usadas no transplanta em humanos têm sido as células tronco mesenquimais da medula óssea.
Esta terapêutica apresentou um ótimo resultado em estudos com animais, porém em humanos ainda temos poucos estudos e com resultados não tão bem esclarecidos. Algumas pessoas podem melhorar a sensibilidade ou motricidade, porém até o momento não temos uma terapia com células com alto grau de evidência científica que leve a sua recomendação para a população, mas com o avançar da ciência, cada vez mais os estudos conseguirão demonstrar os benefícios desta terapia que tende a ser um recurso muito promissor.
Apesar dos avanços, os estudos em humanos ainda são limitados. A complexidade em induzir a diferenciação celular correta e a manutenção dessas células no corpo humano são desafios significativos.
Futuro da Terapia com Células-Tronco
O futuro da terapia com células-tronco é promissor. Espera-se que, com a evolução da ciência, novas pesquisas esclareçam os benefícios e possibilitem tratamentos mais eficazes e seguros para lesões medulares. O contínuo desenvolvimento pode transformar essas terapias em soluções viáveis, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Prosense
A Clínica Prosense é referência nacional em tratamento neurológico. Nosso compromisso vai além da excelência clínica, estendendo-se ao apoio integral à família durante todo o processo de recuperação. Acreditamos na importância de uma abordagem multidisciplinar, oferecendo serviços especializados em fisioterapia neurofuncional intensiva, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Contamos ainda com uma gama de técnicas modernas e equipamentos de Alta Tecnologia para garantir o mais alto padrão de cuidado. Na Prosense, acreditamos que a jornada de recuperação é uma experiência compartilhada, e nossa equipe está aqui não apenas para fornecer todo o apoio necessário aos pacientes, mas também às suas famílias
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Este artigo foi elaborado por Lucas Andreo, fisioterapeuta neurofuncional com pós-doutorado em Biofotônica com interesse em neuromodulação, toxina botulínica, fotobiomodulação e fisioterapia oftálmica.
Revisão foi feita por Sheyla Reis, analista de comunicação e marketing com especialidade em publicidade e propaganda.
Responsável Prosense:
Dra. Michelle Coutinho Atherton
Fundadora – CEO – Fisioterapeura Neurofuncional
Mestre em Neurologia . UFMG
CREFITO: 118113F