Estimulação elétrica transcraniana na dor neuropática
Sensações como queimação, agulhadas, choques, formigamento e uma dor intensa são comuns a quem sofre de Dor neuropática (DN). Ela é causada por danos ao sistema nervoso central ou periférico ou ambos. Que podem ser causadas por exposição a toxinas, infecção, vírus, doença metabólica, deficiências nutricionais, isquemia, trauma (cirúrgico e não cirúrgico) e acidente vascular encefálico.
Existem tratamentos que podem te ajudar no alívio do sofrimento causado pela doença, a estimulação elétrica transcraniana é uma técnica não invasiva segura e capaz de aliviar os seus sintomas.
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Condições
Condições como: polineuropatia alcoólica, neuropatia induzida por quimioterapia, síndrome de dor regional complexa, neuropatia periférica diabética, neuropatias por aprisionamento, dor em membro fantasma, neuralgia pós-herpética e radiculopatia podem causar DN periférica.
Condições como: mielopatia compressiva de estenose espinhal, mielopatia, dor de esclerose múltipla, dor da doença de Parkinson, dor pós-AVC, dor por lesão da medula espinhal, neuralgia do trigêmeo e siringomielia podem ser as causas de DN central.
Existem alguns mecanismos fisiopatológicos que supostamente desempenham um papel na PN, tais como: sensibilização periférica, sensibilização central, desaferentação. A desaferentação sensorial após lesão do sistema nervoso induz uma reorganização profunda e duradoura dos mapas sensoriais corticais e subcorticais do cérebro. Consequências fisiopatológicas de tal plasticidade cortical pode estar na base do desenvolvimento da DN. Estratégias destinadas a reverter ou modular a reorganização neural somatossensorial após lesão, como a neuromodulação, podem ser abordagens terapêuticas alternativas valiosas para DN.
Infelizmente a DN é altamente refratária ao tratamento. Os tratamentos padrão são principalmente farmacológicos, como antidepressivos, antiepilépticos, anestésicos tópicos e opioides. As opções de tratamento não farmacológico incluem abordagens psicológicas, fisioterapia, terapia intervencionista e procedimentos cirúrgicos.
Estimulação Transcraniana
A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), uma aplicação de correntes elétricas para modificar a função cerebral, é uma técnica muito antiga, mencionada há mais de 200 anos e reintroduzida por cerca de 25 anos. ETCC é uma técnica não invasiva segura em que uma corrente elétrica de baixa amplitude é conduzida ao córtex por meio de eletrodos no couro cabeludo.
Uma revisão sistemática foi realizada para resumir o que é conhecido atualmente sobre os efeitos da ETCC no tratamento da DN. Os ensaios clínicos aplicaram tDCS anódica de 1–2 mA sobre duas diferentes áreas do cérebro (córtex motor primário) ou córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo) por 20 minutos (apenas um estudo utilizou por 30 minutos, porém sem efeito superior aos que fizeram por 20 minutos) por 5 dias consecutivos. Todos os autores relataram duração significativa da redução da DN entre 2 e 4 semanas após o tratamento. Nenhum efeito adverso grave foi encontrado em todos os estudos. Os limiares de percepção da dor foram significativamente menores antes da ETCC, o que significa que os mesmos aumentaram após a técnica, dificultando com que a dor fosse sentida; em outras palavras, a dor diminuiu significativamente.
Os pesquisadores sugeriram que a ETCC pode afetar o processamento da atividade motora, visual, somatossensorial, funções e sistemas pré-frontais, além da dor neuropática. Níveis de glutamato e glutamina combinados significativamente mais elevados foram encontrados abaixo do eletrodo estimulador, com aumentos não significativos em regiões homólogas do hemisfério oposto. Além disso, uma interação significativa entre os hemisférios foi encontrada para os efeitos da ETCC no ácido N-acetilaspártico, ou N-acetilaspartato (NAA). Esses resultados sugerem que as mudanças na atividade glutamatérgica e tNAA podem estar relacionadas aos mecanismos pelos quais a ETCC influencia a aprendizagem e o comportamento. Porém, esse é um dos vários mecanismos de ação descritos, e também vale ressaltar que os mecanismos variam entre as áreas sobre o qual os eletrodos são aplicados, dependendo do tipo de eletrodo e sua carga, além da intensidade e outros parâmetros.
Prosense
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Responsável Prosense:
Dra. Michelle Coutinho Atherton
Fundadora – CEO – Fisioterapeura Neurofuncional
Mestre em Neurologia . UFMG
CREFITO: 118113F
Referência
Ngernyam N, Jensen MP, Auvichayapat N, Punjaruk W, Auvichayapat P. Transcranial Direct Current Stimulation in Neuropathic Pain. J Pain Relief. 2013;Suppl 3:001. doi:10.4172/2167-0846.S3-001