Princípios Gerais da Neuromodulação
O estudo da neuromodulação consiste em um amplo conhecimento de práticas que visam a restauração do equilíbrio neuronal e a redução dos sintomas provocados por doenças com alterações neurológicas. Os recursos neuromoduladores são considerados como promissores, pelo grande potencial como arsenal diagnóstico e terapêutico na prática clínica diária.
Atualmente, existem cerca de sete técnicas de estimulação cerebral disponíveis para tratamento de doenças neurológicas e neuropsiquiátricas. Do ponto de vista de estudos e testes, as técnicas que mais se destacam são: Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC).
Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua corresponde a uma nova abordagem que vem ganhando cada vez mais força nas opções terapêuticas para tratamento de diversos distúrbios neuropsiquiátricos. Os estudos em humanos começaram a ser publicados na década de 1960, conquistando espaço significativo a partir dos anos 90. Esta técnica de estimulação cerebral consiste na aplicação de uma corrente elétrica direta de baixa intensidade que flui através do couro cabeludo entre dois eletrodos-esponja (não metálicos) de tamanhos variados. Cria-se a indução de correntes elétricas constante sob a cabeça do paciente, as quais atingem áreas cerebrais superficiais, podendo despertar células cerebrais e controlar a taxa de disparo neuronal.
Durante uma sessão-padrão de ETCC, o paciente permanece acordado e confortavelmente acomodado. Normalmente, a pele do cabeça (couro cabeludo) é previamente preparada, com os objetivos de reduzir a resistência e melhorar a condição do campo elétrico. Consequentemente, a transmissão da corrente criada entre os dois eletrodos umedecidos com água ou solução salina torna-se facilitada. A segurança dessa técnica também tem sido constantemente observada, revelando-se extremamente segura.
Evidência Científica
Um estudo de Nitsche e colaboradores de 2004 observou, através de ressonância magnética, que a ETCC não indicou alterações lesivas e nem induziu inchaço cerebral ou quaisquer outros problemas ao tecido encefálico após 30 e 60 minutos da estimulação cerebral aplicada em córtex motor ou pré-frontal. Evidências apontam ainda para a ausência no aumento da concentração de enolase (proteína indicadora de morte neuronal), fato que fornece mais elementos sobre a segurança dessa técnica. Por fim, um estudo de 2007 mostrou que durante e após 20 minutos do término da estimulação não são observadas variações em batimento cardíaco, pressão arterial ou temperatura.
Técnicas de Neuromodulação
Assim, a ETCC, quando comparada a outras técnicas de neuromodulação, apresenta algumas vantagens destacadas, a saber:
- Aparelho com menor peso e tamanho, o que possibilita o tratamento domiciliar e facilita o acesso ao tratamento de pacientes com dificuldades de locomoção.
- Os efeitos da ETCC tendem a apresentar maior tempo de sustentabilidade, no que diz respeito à excitabilidade cortical.
- Trata-se de uma técnica não invasiva, indolor e de custo relativamente acessível.
- Possíveis efeitos colaterais são bem tolerados pelos pacientes e facilmente reversíveis após a suspensão da estimulação.
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Responsável Prosense:
Dra. Michelle Coutinho Atherton
Fundadora – CEO – Fisioterapeura Neurofuncional
Mestre em Neurologia . UFMG
CREFITO: 118113F
REFERÊNCIA:
Estimulação Cerebral Não Invasiva, nos transtornos do neurodesenvolvimento. Organizadores: Mauro Muszkat, Luanda André Collange Grecco – Editora CRV